quinta-feira, 23 de julho de 2009

Na Australia, mas me sentindo em casa

Em primeiro lugar quero agradecer a todos os meus amigos-leitores, que tem acompanhado meu blog. Fiquei muito feliz com todos os e-mails que recebi e prometo que vou tentar escrever sobre todos assuntos que me foram perguntados sobre minhas experiências na terra dos cangurus.
Essa semana foi de grandes realizações e de muita correria, desde o inicio do ano estava esperando para uma vaga no Tafe, um tipo de escola com cursos profissionalizante, no qual as aulas são todas praticas, tive medo de não conseguir vaga porque é bastante concorrido e dependendo do visto que você tem pode sair muito caro.
Em janeiro deste ano minha residência finalmente saiu,fiquei feliz, mas não sabia realmente quais seriam os benefícios que poderia usufruir, agora sei que entre eles estão saúde pública, direito a estudar e pagar o mesmo valor que os australianos, desconto de 50% em vale transporte, enquanto estiver estudando, entre outros. A vida de residente é com certeza muito mais fácil do que a de estudante internacional.
Antes de me inscrever no curso, tive que fazer entrevista com um professor e saber se poderia me matricular ou não, chegando no escritório vi uma fila enorme e todos tinha que pegar senha para atendimento. Peguei a minha e sentei, falei comigo mesma “nossa, como isso aqui vai demorar”, o centro de informações para estudantes estava super lotado, depois de alguns minutos sentada, observei o lugar e vi um quadro de informações pendurado na parede no qual dizia: “ australianos residentes dirijam se a próxima sala”. Quando entrei sentir uma diferença enorme, só pra começar não tinha ninguém aguardando atendimento e em 7 minutos, já tinha recebido informações de tudo que precisava saber sobre o curso e que toda a minha documentação permitia eu estudar como uma australiana a sala era muito mais limpa, espaçosa e bem decorada.
Aparentemente, não é possível notar diferenças sociais na Austrália, mas coisinhas como essa é possível ver dia-a-dia. Que nao acho que pode ser considerado diferenca e sim privilegio de quem e local. O mais interessante é que quem é local, mesmo não sendo nascida aqui pode gozar de regalias, mesmo nao sendo nascido na Australia, o que muito legal. Infelizmente no meu país lindo maravilhoso, qualquer estrangeiro tem preferência em território os brasileiros.
Lembro que quando desembarquei no aeroporto Santos Dumont na minha passagem pelo Brasil, foi tão dificíl para eu conseguir pegar um taxí, porque tinha muitos gringos e mesmo eu esperando na fila, quando chegou minha vez o taxista recusou a deixar eu entrar no carro e disse que o gringo estava na minha frente, o gringo tinha chegado alguns minutos depois, eu disse pra ele que era “Ok”, se não pudesse me levar porque era do Rio e sabia como chegar onde gostaria. A segunda vez que experienciei que não tinha preferência mesmo sendo brasileira foi no Arpoador, zona sul do Rio. Vi uma senhora que vendia alguns aneís no calçadão, parei e perguntei o preço, ela mal quis me respeonder, de repente vem uma garota falando espanhol, ela levantou e falava tanto com a estrangeira que sentir constrangida, pois afinal queria apenas comprar os anéis que eram lindos,e a camelo me tratou como se eu estivesse incomodando ela, esperei um pouco para ver se ela ia vender algo para a turista, a espanhola foi embora sem comprar e apenas disse gracias senhora!
Enquanto na Austrália sou apenas residente sou vista e tratada como australiana, ainda não tenho direito de votar porque não sou cidadã, mas as leis e o respeito deste país me faz sentir em casa.

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